Stelis é um gênero Neotropical da subtribo Pleurothallidinae (Epidendreae: Orchidaceae) (Chase et al, 2003;. Pridgeon, 2005).
" ... a circunscrição de Stelis s.l. proposto por Pridgeon e Chase (2001) inclui oito subgêneros de Pleurothallis R. Br.. [Crocodeilanthe Rchb. f. & Warsz., Dracontia (Luer) de Luer, Effusiella Luer Elongatia (Luer) de Luer, Mystacorchis Szlach. & Marg., Physosiphon Lindl., Physothallis Garay, e Pseudostelis Schltr.], e os gêneros Condylago Luer e Salpistele Dressler em sinonímia. A maior diversidade de Stelis s.l. é na região andina (Karremans et al. 2013), enquanto no Brasil, Barros et al. (2013) citou apenas 50 spp., Dos quais cerca de 40 são encontrados no Mata Atlântica." (Pessoa e Alves:2013).
Histórico
O gênero Stelis foi proposto por Swartz no Journal für die Botanik 1799 (2): 239, pl. 2, f. 3, em 1799, baseando sua descrição na espécie tipo, Stelis ophioglossoides, anteriormente descrita por Jacquin como Epidendrum ophioglossoides.
Etimologia de Stelis
O nome refere-se à sua semelhança a uma planta epífita conhecida como erva-de-passarinho.
Para o estado do Ceará, até recente, somente constava registro de uma espécie apenas, no caso, Stelis aprica. como consta em FREITAS, REGINA CELLI ARAÚJO. MATIAS, DOS SANTOS, MARIA LUNA GAUDÊNCIO. MATIAS, LÍGIA QUEIROZ. 2011. Checklist das monocotiledôneas do Ceará, Brasil. <http://periodicos.ufersa.edu.br/index.php/sistema>. O site da Delfina de Araújo, um dos mais importantes sobre orquídeas no Brasil e no mundo. <http://www.delfinadearaujo.com/estados/ceara.htm>.
O site da ACEO (Associação cearense de Orquidófilos), importante referência no estado, <http://www.orquidofilos.com/catalogo>.
Nova Sp. Stelis duckei E. Pessoa & M. Alves
Stelis duckei fotografa na área typus por Marcelo Carvalho em Maio de 2014 |
Nessas minhas aventuras pelas Serras cearenses, fico na expectativa de fotografar alguma orquídea vegetando na natureza, quem sabe até florida. Na última ida a Serra de Maranguape tive muitas surpresas boas. No caminho para a Pedra do Rajada, avistei uma Stelis grande para o gênero, a primeira vista achei que fosse S. Aprica, porém nunca vi nem mesmo cultivada, uma aprica daquele porte. Fotografei e postei as fotos no DetWeb, e Edlley Pessoa identificou, o mesmo que descreveu a orquídea mais 90 anos depois que Ducke coletou. Isso mesmo a História dessa orquídea começou em 1908 com a excursão de Adolpho Ducke pela Serra de Maranguape. Ducke coletou a orquídea mas não a descreveu. Trata-se da Stelis duckei, descrita por Edlley Pessoa e Marccus Alves, ambos da Universidade Federal de Pernambuco, departamento de Biologia Vegetal. Tive o privilégio de fazer as fotos na área typus.
Etimologia
Duckei
O nome é em homenagem a Adolpho Ducke, grande naturalista que descreveu mais de 900 novas espécies botânicas.
Morfologia
Stelis duckei é morfologicamente semelhante as espécies colocadas por Luer (2004) no grupo Crocodeilanthe, a qual foi tratada sob Stelis s.l. por Pridgeon e Chase (2001). Dentro do grupo Crocodeilanthe, Stelis duckei é mais semelhante a Stelis speciosa, a qual foi recentemente descrita nas florestas úmidas montanhosas (2.400 m), no Equador (Luer, 2011). Stelis speciosa e S. duckei podem ser distinguidas porque a primeira tem ramicaule mais curto (8,0-9,0 cm vs 9,5-20,5 cm), folhas estreitas (1,5-1,8 cm vs 3-5,8 pétalas cm), elípticas e obtusos , e um labelo com uma ampla vértice arredondado e um calo semi-lunar na base. Enquanto que S. duckei é reconhecida pelo ramicaule mais longo, folhas mais largas, elípticas e obtusas. Labelo obtuso com um calo em forma de crista na base.
Duckei
O nome é em homenagem a Adolpho Ducke, grande naturalista que descreveu mais de 900 novas espécies botânicas.
Stelis duckei E. Pessoa & M. Alves |
Morfologia
Stelis duckei é morfologicamente semelhante as espécies colocadas por Luer (2004) no grupo Crocodeilanthe, a qual foi tratada sob Stelis s.l. por Pridgeon e Chase (2001). Dentro do grupo Crocodeilanthe, Stelis duckei é mais semelhante a Stelis speciosa, a qual foi recentemente descrita nas florestas úmidas montanhosas (2.400 m), no Equador (Luer, 2011). Stelis speciosa e S. duckei podem ser distinguidas porque a primeira tem ramicaule mais curto (8,0-9,0 cm vs 9,5-20,5 cm), folhas estreitas (1,5-1,8 cm vs 3-5,8 pétalas cm), elípticas e obtusos , e um labelo com uma ampla vértice arredondado e um calo semi-lunar na base. Enquanto que S. duckei é reconhecida pelo ramicaule mais longo, folhas mais largas, elípticas e obtusas. Labelo obtuso com um calo em forma de crista na base.
Fig, 1 - Stelis duckei. A. Habitat. B. vista lateral da flor. C. Perianto dissecado. D. Labelo. E. Detalhe do calo no labelo. F. Vista lateral do labelo e da coluna. G. Fruto (Tirado do Holótipo).
Distribuição e Ecologia Stelis duckei é conhecida somente na Serra de Maranguape, no estado do Ceará, nordeste do Brasil. Sendo portanto, endêmica do estado. A área é conhecida como Brejos de altitude do nordeste, e é um enclave de Mata Atlântica dentro do bioma Caatinga, que também tem a particularidade de abrigar diversas espécies da Floresta Amazônica. (Figueiredo & Barbosa, 1990; Araújo et al, 2006). O período de florescimento é pouco conhecido, mas como base no material conhecido floresce entre abril a outubro. As das fotos floresceram em maio.
Agradecimentos:
Agradeço especialmente ao próprio Edlley Pessoa, botânico da Universidade de Pernambuco que descreveu a planta e a identificou para mim no grupo DetWeb, onde postei as fotografias. Ainda cedeu bondosamente seu artigo cientifico que descrevia a espécie. Não somente por esse trabalho, mas como o mesmo é especialista em Orchidaceae do nordeste e amazônia, sempre tem me ajudado na identificação das orquídeas que fotografo. A Vera Coelho, Lima Verde e Italo Gomes, amigos da ACEO (Associação Cearense de Orquidófilos), os quais sempre recorro em busca de ajuda, que além de conhecedores são exímios cultivadores e apaixonados por Orquídeas. Ao Movimento Pró-Árvore (Antonio Sergio e Leonardo Jarles Leitão), que despertou em mim essa paixão por querer conhecer as plantas e fortaleceu o desejo de proteger nossas árvores, o Pró-Árvore, na sua essência de preservar e valorizar a Flora nativa do Ceará, tem percorrido todo estado, identificando muitas espécies; vez por outra descobrindo novas ocorrências para o estado do Ceará. E finalmente ao Grupo Loucos Pela Trilha, que não é de interesse botânico, mas sim de aventura, e são meus fieis companheiros pelas florestas e afins.
Fontes:
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